Sinto-me oprimida pelas regras,
Pelas diretrizes absolutas,
Luto para sair desta gaiola protetora, deste jugo asfixiante,
Anseio partir, fazer o meu destino,
Poder dizer eu (faço)…ao invés de ouvir tu (faz).
Arrisco, calcorreio o mundo, tão pequeno afinal,
Descubro quão importante é a prisão donde saí.
Escrevo-lhe, convicto que assim apaziguarei a saudade. Em vão.
Construo o meu próprio casulo, e verifico quão difícil é esta tarefa,
E quão similar é àquele de que fugi.
António Vieira de Matos, 2012